2025: O ano dos desafios para a sustentabilidade 

Este é um ano que promete trazer inúmeros desafios para o mundo e para o avanço da sustentabilidade. Apesar de presenciarmos eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes — um reflexo direto do aquecimento global —, há um movimento crescente de vozes que questionam as mudanças climáticas e sua relação com as emissões de gases de efeito estufa. 

Entre os argumentos, surgem mitos como “vulcões emitem mais gases de efeito estufa do que as atividades humanas”. Embora isso possa ocorrer em momentos isolados e específicos, a industrialização criada pelo homem é constante e não pode ser relevada. É justamente essa consistência nas emissões industriais que tem contribuído para o aumento da temperatura média global, e isso conversa com o crescimento exponencial da industrialização no último século. 

A complexidade da mudança 

Entender a resistência a mudanças no consumo e no desenvolvimento é fácil: estamos lidando com uma questão econômica complexa. Alterar a forma como geramos e consumimos energia, como construímos cidades, nos locomovemos e vivemos parece, para muitos, um retrocesso. No entanto, é o oposto: encarar os desafios de frente e buscar soluções inovadoras é o que move o verdadeiro progresso e a inovação. 

Um exemplo interessante é a relação entre o custo de combustíveis fósseis e itens do dia a dia — como a gasolina, que frequentemente é mais barata que um litro de refrigerante. Isso ilustra a dificuldade de reduzir o uso de carros movidos a combustíveis fósseis e transitar para matrizes energéticas mais limpas. 

Mas para mudar não é necessário destruir para reconstruir. Precisamos usar e adaptar as estruturas existentes de forma eficiente e, quando for necessário reconstruir, garantir que seja feito de maneira sustentável. Infelizmente, não tem sido assim, o que acaba por gerar mais resíduos, mais consumo de energia e mais poluição para o planeta. 

Créditos de carbono: uma ferramenta para a transição 

Aqui entra o papel fundamental dos créditos de carbono: eles funcionam como um mecanismo financeiro que incentiva a transição de práticas convencionais para práticas sustentáveis. Empresas que emitem mais gases de efeito estufa podem apoiar projetos ambientais ou de inovação tecnológica sustentável, ajudando a acelerar essa mudança positiva para o meio ambiente. 

Os créditos de carbono têm impulsionado tecnologias como: 

  • Captura de CO₂ e DAC (Captura Direta do Ar)
  • Cimento sustentável e impressão 3D para construção de habitações
  • SAF (Combustíveis Sustentáveis) e hidrogênio verde

Esses incentivos possibilitam que tecnologias ainda em desenvolvimento se tornem viáveis economicamente, assim como ocorreu com as energias renováveis, que hoje são uma realidade consolidada em muitos lugares do mundo. 

A importância da natureza e os esforços conjuntos

Além das inovações tecnológicas, os créditos de carbono também desempenham um papel crucial na preservação da natureza. Eles criam incentivos econômicos para a conservação de florestas e o reflorestamento, que vai muito além de simplesmente plantar árvores. A biodiversidade e os ecossistemas naturais são aliados indispensáveis no combate às mudanças climáticas. 

A transição para um modelo econômico sustentável é um desafio global que precisa ser enfrentado agora. Os créditos de carbono ajudam a acelerar essa transição, mas apenas com a colaboração de empresas, indivíduos e governos seremos capazes de alcançar uma verdadeira revolução sustentável. 

Não é só sobre economia ou sobrevivência, é sobre um novo desenvolvimento — mais justo, inovador e consciente. Juntos, podemos transformar o futuro.

Giuliano Capeletti 

Fundador e CEO da Mercado Net Zero.